quinta-feira, novembro 02, 2006

Baratas derradeiras

BARATAS DERRADEIRAS

- Sinto um prazer. Sinto algo forte dentro de mim. Sinto uma espécie de orgasmo mental.
Junte-se a mim. Poderemos ser grandes. Eu sou um ovo sem ninho. Minha alma é mais livre que um pássaro na natureza, longe de humanos. Meu coração salta aos olhos de qualquer um. Sou a dialética sem contradição. Junte-se a mim.
- Hahahahaha...Você é egoísta e patético, João.
- Veremos... mas você é o amor da minha vida. Há algo no seu jeito de andar que me encanta. Eu jamais irei deixá-la. Seu sorriso me encanta. Depois que eu conheci você, jamais amarei outra pessoa. Sim, há algo especial em você... e isso me impressiona. Eu não sei explicar esse tipo de coisa, sinto a impressão de que já ouvi alguma música que falava sobre um relacionamento parecida com o nosso.
- Nós não temos nenhum relacionamento, idiota! Somos apenas amigos! Ponha isso na sua cabeça, moleque.
- Não me diga esse tipo de coisa... eu posso virar um psicopata. Se você quiser, eu faço qualquer loucura. Mato alguém com um martelo, sem piedade, e cantarolando! Faço algo insano para provar a você o quanto eu a amo, Paula. Confia em mim?
- Óbvio que não... Você ainda não me provou nada de grandioso, apenas está dando indícos de que é um idiota...
- Querida, por favor, acredite em mim! Jamais te deixarei sozinha, sem casa! Dedicarei toda a minha vida por você. Eu chorarei por dias caso você não precisar mais de mim. É sério! A única coisa que eu peço em troca é o seu amor! Por favor...
- João, me deixe em paz... esse seu amor é unilateral.
- Eu sou um sonhador, Paula. Adorei inventar mundos imaginários nos quais eu convido meus amigos e você para me acompanhar em viagens alegres e cheias de encanto. Poderíamos dançar à vontade, pois ninguém nos encontraria lá. Você me acompanha, hein, querida?
- Em uma palavra? Não! Vá embora!
- Eu quero você! Eu quero você, mas muito, muito mesmo! Isso está me deixando louco! Eu não consigo dormir! Penso em você o dia inteiro! Meu desejo é intenso e em todos os níveis possíveis! Você é muito densa... a sua personalidade me cativa, o seu corpo me excita, os seus sentimentos me emocionam! Eu quero você! Do contrário, não há mais sentido na minha existência! Você não pode entender isso? Veja só, estou chorando... são lágrimas de dor. Por favor, não seja tão insensível...
- Não chore... por favor, não chore. Desculpa por ter ferido seus sentimentos... poxa, estou sem graça agora.
- Tudo bem... tudo bem. Meu amor por você é como o sol. Depois de toda a escuridão, vem a luz. Não há nada tão ruim e triste que permaneça para sempre. Você alegra o meu dia. A sua presença me ilumina. Tudo está bem agora...
- Fico feliz por isso... não gosto de ver você sofrendo.
- Ah... estou sob um dilema existencial. Qual caminho seguir? Por que seguí-lo? Meu equilíbrio para tudo isso é você. Meu amor por você me segura no chão, Paula. Com você, o meu céu é mais azul.
- Obrigado... Qualquer dia desses podíamos sair.
- Por você, eu não ligo para mais nada. Esqueço-me do dinheiro que gastei com coisas supérfluas, com as dívidas que contraí, com os credores a quem tive que pagar. Bens materias não são nada perto do amor que eu tenho por você. É um sonho doce que se tornou realidade hoje. Com você.
- Hum... você é uma pessoa doce...
- Ouvir isso de você é como reencontrar o sol, só que dessa vez com uma alegria maior. Estou feliz por escutar tais palavras de sua boca tão doce. Por você, eu aprendo italiano só para dizer “Eu te amo, querida Paula” em italiano.
- Sério?
- Não duvide disso. Hum, olhe só aquele velhinho... parece ser apenas mais um idoso tapado...
- Hum, e quem é aquela moça ali?
- Ela parece ser uma garota de fibra, que lida com a vida de uma maneira diferente...
- Você se lembra daquela nossa amiga que entrou no banheiro da casa de um cara que ela amava?
- E como! Uau, aquilo foi uma loucura... mas ela era obcecada por ele. Hoje eles já estão com algo estável, mas no início viviam de porra-louquices...
- Curioso isso, né, João? Poxa, cada vez mais gosto mais de conversar com você... é um rapaz bem simpático.
- Pois é... Paula, sinto um prazer imenso em vê-la fez. Queria poder te levar para casa, para que você dormisse enquanto eu te canto uma canção de ninar...
- Que fofo...
- Carregarei o fardo de te amar pelo resto de minha existência. É um peso que eu continuarei levantando, e jamais me esgotarei desse desafio. Amo-te.
- Como você é tão adorável, João. Não sei como ou de que jeito, mas eu também te amo...
- Oh, sim! Você estará nos meus sonhos hoje à noite? Estou certo que sim! Eu te amo, eu te amo, eu te amo... no final das contas, o amor que você dá é igual ao amor que você receberá... não é?
- Fale menos, João... apenas me beije.
- Você parecia ser apenas uma majestade, alguém que não tinha muito a dizer... felizmente, as coisas não são assim. Eu jurei para mim mesmo que lhe contaria o quanto eu a amo, e o quanto eu quero que você seja minha...
-Pára de falar e beije-me! Apenas isso é suficiente para expressar o que nós sentimos...

Um dia de veludo

Conto escrito entre a madrugada dos dias 1 e 2 de Novembro de 2006.

- Onde está a minha mente?
Mais uma noite estranha se iniciava na vida de Bernardo. Atordoado, com insônia e devaneante, ele buscava alguma coisa com a qual se distrair.
- Hum, talvez seja melhor tentar dormir um pouco... já são 22h.
Ele, porém, não conseguiu. Sua mente estava a todo vapor. Descansar era algo fora de cogitação. Bernardo decidiu, então, andar pelas ruas da cidade...
O céu enluarado parecia tão doce... lembrava o garoto de uma manhã de domingo, com ares de redenção. Porém, ele não resolveu sair de casa à toa. Ele queria ação, queria impulsividade, queria fazer alguma loucura. Bernardo estava a fim de extravasar.
Por sorte, ele encontrou um gigolô na rua. Perguntou o preço do programa.
- 25 reais.
Eles foram juntos ao banheiro de um bar qualquer e transaram lá mesmo. Nosso protagonista não era homossexual, mas ele estava com vontade de deixar de lado os seus preconceitos.
- Estive esperando por anos por um homem que me fizesse ter sensações bizarras.
Bernardo fez coisas que, em sã consciência, ele jamais faria.
Naquela noite ele estava insaciável. Precisava desesperadamente de sexo, de contato físico com qualquer ser humano.
Andando pela cidade, achou uma prostituta. Loira, uma ‘femme fatale’. E parecia ser novata no negócio.
- 20 reais, sem anal. Com anal, 35.
O jovem entregou uma nota de vinte, uma de dez e uma de cinco. Ela sabia de um motel bem barato e de fácil acesso ali perto. A libido dele parecia não ter fim. Foi quase uma hora de um sexo quase masoquista. Não que ele tenha agredido fisicamente a garota de programa, mas copulou com tamanha agressividade que a própria prostituta ficou assustada. Ela resolveu até encerrar por aquela noite, de tão dolorida que estava.
- Hum, esse aí parece que enlouqueceu hoje...

Nosso personagem principal, lá pela meia-noite, resolveu ir para o cemitério. Lá, encontrou alguns góticos, os quais estavam bebendo algum vinho barato e discutindo a melancolia de viver, todos sentados no chão ou se apoiando em alguma lápide.
- Há algum sentido na vida? Tudo é dor, tudo é sofrimento, tudo é deprimente... a morte é uma libertação!
- Seria eu a pessoa mais feliz do mundo se pudesse ter forças para me matar!
- Ó, quão podre é o ser humano!
Bernardo achava-os ridículos, mas até que se divertiu um pouco contemplando aqueles jovens e suas poses de sombrios. Aproveitou para beber um pouco de vinho.
- Ah, álcool para me reenergizar... Até mais, crápulas do submundo, a noite é uma criança!

O rapaz ainda tinha 60 reais em sua carteira, e não sabia como gastá-los. Resolveu ir em algum barzinho, visando a gastar um pouco com bebidas.
- Quero me acabar hoje, mas com classe. Um uísque, por favor!
Após tomar a garrafa inteira, Bernardo estava completamente fora de si. Ele já havia perdido a noção de parte dos seus sentidos. Quando saiu do bar, após alguns papos com boêmios que estavam no estabelecimento, saiu quase cambaleando, mas ainda tinha alguma consciência, mesmo que preferisse abrir mão dela.

Minutos depois, ele ligou para um amigo seu.
- Rafael, como... vai... você?
- E aí, cara? Tudo ótimo, e você?
- Hã... sei lá... estou quase bêbado... e transei com um gigolô e com... uma puta... ai, ai... minha cabeça dói.
- Estou dando uma festa aqui em casa. Quer dar uma passada aqui?
- Se eu chegar vivo aí... sim.

No meio de percurso, um ladrão aproveitou-se do estado debilitado de Bernardo para assaltá-lo. Ele levou apenas a carteira, pois sentiu certa compaixão daquele jovem tão decadente...
- O cara tá louco...
A decadência, no entanto, era só aparente. Por dentro, nosso protagonista estava até feliz... o álcool melhorou o humor dele, que ria da sua desventura como se fosse algo tão banal e risível.
Na festa do amigo dele, que se chamava Eduardo, logo foram oferecer drogas para o rapaz.
- Eu... quero algo que me... faça sentir o maior... que me faça ser... um homem de verdade. Quero prazer e tranqüilidade.
- Sugiro, então, heroína ou morfina.
- Pô, estou sem dinheiro... não tem problema?
- Você pode me dar uma garantia de pagamento?
- Meu computador... se quiser o Edu te passa... o meu endereço...
- OK então... vem aqui, já tô com a seringa pronta.

Bernardo se sentia como se tivesse nascido 1000 anos antes. Ele sentia um orgasmo que nem o sexo poderia lhe proporcionar, tampouco os podres e maus que ele foi encontrando pela cidade.
- Heroína... a minha vida, a minha morte. Quero ficar aqui para sempre... Ah... Não me importo... mais... com nada... Nada.
Eduardo resolveu colocar seu amigo em um quarto. Ele sentia pena do mesmo.
- Compreendo ele... eu sabia que qualquer dia desses ele iria enlouquecer.

O rapaz acordou só no dia seguinte, um sábado.
Logo no café da manhã, ele se deparou com a última pessoa com a qual ele gostaria de se encontrar – a sua namorada, Natália, que passou a noite inteira procurando por ele.
- Amor, você tá destruído... olha para a sua cara, parece que ontem você transou loucamente, bebeu, usou alguma droga, andou por quilômetros e estava insano... estou certa...
- Não sei, Natália, não sei... a ressaca é intensa. Minha cabeça continua doendo.
- Bem, não se preocupe. Hoje é sábado, posso passar o dia cuidando de você.

Bernardo recusou a ajuda, e se trancou no banheiro. Ele começou a rabiscar seu rosto com o lápis preto.
- Eu sou o anjo negro da morte!
Natália estava muito preocupada com seu namorado, mas pouco podia fazer a respeito.
- Uma hora ou outra viria o surto, a loucura.

Após quase duas horas gritando e chorando no banheiro, e inclusive quebrando o vidro do espelho, nosso protagonista resolveu sair do mesmo, completamente fraco. Natália e Eduardo carregaram-o para casa.
Quando chegaram lá, puderam finalmente entender o motivo da insanidade de Bernardo na noite anterior. Provas, livros e cadernos espalhados por toda a sala confirmavam tudo – os estudos o haviam enlouquecido.
Bernardo sempre foi um excelente aluno. 20 anos de idade, era um dos melhores da faculdade. Fazia o curso de Direito. Estudava quase que o dia inteiro. Não tinha muitos amigos. Conheceu Eduardo porque o mesmo sentava-se sempre do lado dele nas aulas de Teoria Geral do Estado. Natália trocava bilhetinhos com ele na biblioteca, e logo eles começaram a namorar. Ele era visto pelos professores como um dos alunos mais esforçados da história daquela universidade.
Ele bebia pouco, não fumava, tinha uma vida sexual estável, boa educação dos pais, uma carga literária considerável e era uma pessoa aparentemente eqüilibrada.
Aparentemente.
- Uma hora ou outra, ele iria enlouquecer...

domingo, janeiro 15, 2006

De direita. E sem medo.

Retirado do blog Racio Símio.

Cara, quando eu leio meus textos de um ano atrás, quando eu era de esquerda, não sei se rio ou choro. Cara, como eu era infantil em acreditar naquelas coisas. O discurso vazio contra as "elites conservadoras, os neoliberais inescrupulosos, as privatizações e o liberalismo que só traz desigualdade e desemprego". O apoio incondicional à causa socialista, que, para mim, traria igualdade, liberdade, democracia e fraternidade.
Eu não era um marxista ortodoxo, nem trotskista, nem piçolista. Me considerava um "socialista democrático", que achava possível um governo de esquerda que desse igualdade social e democracia plena ao mesmo tempo. Que era tolerante com MST, Fórum Social e qualquer coisa relacionada aos 'canhotos políticos'. Preferia ignorar a violência e e o egocentrismo característicos de Lênin e Trótski e ver neles líderes revolucionários. Era panfletário, e tentava convencer todos os meus amigos a se “converterem”. Eu só era (e sempre fui, desde comecei a gostar de política) contra Stálin e PT. E, como todo esquerdista, tratava de colocar todos os que não gostava como 'de direita'. Nazistas, stalinistas, ala majoritária do PT? "Direitistas reacionários".
Eu lia Revolução dos Bichos e me identificava com o Bola-de-Neve: o revolucionário traído, o democrata perseguido. Também via o Estado como responsável pelo progresso, e apoiava a estatização de empresas privadas. Tudo em nome do emprego pleno e da correção das desigualdades. Pela glória socialista!

Tudo começou a mudar com a leitura de duas obras. O primeiro foi A Desobediência Civil, do Thoreau, para muitos, a "bíblia dos libertários". O livro já começava ácido, dizendo que o melhor governo não é o que governa menos, mas sim o que simplesmente não governa. Para mim, que via os anarquistas como meros agitadores niilistas, foi um choque. Culpa dos Sex Pistols. Aliás, eu via a trilogia do punk como Ramones - ianques direitistas (!), Sex Pistols - anarquistas babacas e vendidos, The Clash - esquerdistas e idealistas. Tsc, tsc.
Mas, voltando ao livro... eu comecei a destruir esses pré-conceitos. Comecei a ver os anarco-capitalistas de outra maneira, como uma alternativa viável e realista. Mas eu ainda continuava com dois sectarismos na minha cabeça:
1 - Democracia e socialismo, ao mesmo tempo, são possíveis.
2. Direita = reacionários e neoliberais / Dark Side; Centro = indecisos e moderados / Neutral; Esquerda = socialistas, progressistas e reformistas, com uma ou outra ovelha negra (comunistas ortodoxos).
Até que eu conheci um certo livro chamado 1984, do George Orwell. Estava cheio de expectativas quanto a ele, e não me decepcionei. Li em apenas 3 dias, de tanto que gostei. E o livro realmente me encantou. Talvez seja a crítica mais feroz já feita até hoje aos regimes totalitários, em especial o soviético. E 1984 me fez repensar se eu realmente estava confiando em uma ideologia democrática. No início, fiquei meio confuso, acabei querendo dar uma de socialista alternativo, outsider de esquerda, briguei feio em algumas discussões políticas.
Depois, comecei a pesquisar mais sobre libertarianismo e liberalismo, peguei textos com alguns amigos, e me interessei. Primeiro com os libertários, e depois com a direita liberal. Mas demorei pra admitir que tinha me reposicionado politicamente. Mas na última semana, deixei de frescura e medo e admiti que era economicamente de direita. Passei a acreditar no livre mercado, no Estado mínimo, na propriedade privada, nas privatizações e em tantas outras coisas que eu temia sem motivo no passado.
Mesmo não podendo voltar. Ainda recordo negativamente a simulação de júri que houve na minha oitava série, em 2004, entre capitalismo e socialismo, em que eu advogava em defesa dos socialistas. Todos consideraram minha defesa brilhante e apaixonada. Os “canhotos” acabaram vencendo, até mesmo porque os capitalistas não souberam argumentar bem. Mas eu digo que adoraria defender o capitalismo e esmagar a corja comunista, mostrar que confiar no governo e na coerção é imbecilidade, que empregar a violência para chegar ao poder é coisa de bárbaro, que o Estado é ineficiente, que socialismo e democracia são incompatíveis, que as ONGs podem muito bem cumprir o papel social do governo (e sem assistencialismos), que o capitalismo é um sistema extremamente dinâmico e que o livre mercado respeitaria a individualidade de cada um, etc.
Mas, por outro lado, estou feliz. Feliz por, já aos 15 anos, ter feito a decisão menos utópica. Aliás, vocês já perceberam que um esquerdista, quando passa à direita, nunca mais muda de idéia, e que não ocorre o contrário (direita -> esquerda)? Curioso, hein? Uma amiga minha disse que é “evolução”. Depois do idealismo infantilóide, o realismo pragmático. Que bom.

sexta-feira, dezembro 30, 2005

Blog cobaia

Acho que vou começar a criar umas historinhas por aqui. Esse blog está meio parado, sabe?

sábado, outubro 29, 2005

Indie Youth

Indie Youth - ep. 1


EPISÓDIO 1 - WE'RE SIX, BUT WE AREN'T MAINSTREAM!
- Não tinha título melhor não? Indie Youth? Jack, às vezes, eu tenho medo de você e suas idéias pra nome...
- Pô, Pamela, esse nome é bacana. Me lembra de uma das minhas bandas favoritas dos anos oitenta, o Sonic Youth. Falando nisso, estava ouvindo agorinha a "Teenage Riot"...
- Nhá... Tudo você tem que relacionar com Rock. Tudo bem que ser alternativo é sensacional, mas que tal um nome mais fofinho? - sugeriu Anna. - Tipo... Glamorous Indie Rock Stars!!!
- Ah, vamos fazer uma votação. Não defendemos a democracia direta só na teoria - sugeriu Tony. - Eu voto no Indie Youth. E você, Jennifer, o que escolhe?
- Pode anular meu voto... não quero desagradar nenhum dos dois lados.
- Só falta um voto... Eric, o que você decide?
- Hã... hein? Ah, jóia... Indie Youth... é... mais louco! Pirado... só...
- Beleza, então - concluiu Jack, com um evidente ar de orgulho pela "vitória" - Já que decidimos um nome para nosso grupo, vamos ao que interessa. Aonde iremos nos reunir? Pode ser no meu apê?
- Claro - disse Anna. - Ele, apesar de pequeno, é simpático. Além disso, você é o mais independente de nós seis. Mais até do que a Pamela, que se acha a Indie...
- Ei! Eu também moro sozinha!
- Ah, mas seus pais ainda pagam suas contas! O Jack se vira sozinho!
- Aí estão as vantagens de ter pais indiferentes... - disse Jack. - Se eles não tivessem me largado para meus avós e tios, eu nunca poderia ter liberdade e independência. Seria mais um garoto mimado. Calma, Tony, essa não é uma indirenta, aslsklskçalka... Enfim, foi graças ao meu avô e meus tios que eu conheci Beatles, e a partir daí várias bandas indie, e também comecei a me interessar por política já na pré-adolescência. Comecei comunista, virei social-democrata, depois libertário, e hoje sou um livre-pensador.
- Putz, cara, a história da sua vida é muito dramática...
- Que nada. Foi melhor assim. Quando eu cheguei aos 14, quase 15 anos, cobrei dos meus pais um apê, pra pelo menos confirmar que eu estava completamente livre das garras deles e podia ter meu próprio canto.
- Legal... enquanto isso, nós, com 17 anos nas costas, estamos aqui, morando nas casas de nossos pais. Podemos ir em baladas e festas, temos nosso próprio quarto... mas isso não seriam apenas mecanismos de controle deles? Ui! - disse Anna.
- Ei... caras... a vida é algo realmente incompreensível. - disse Eric - E é por isso que eu uso maconha, saca? ... É muita informação pro meu cérebro. Não adiantou nada perder minha adolescência lendo Nietzsche e Dostoiévski, se agora tudo isso não passa de merda! A cada dia eu perco mais a vontade de viver. Sem vocês, eu não sei o que seria de mim, caras...
- Calma, Eric - disse Jennifer, com lágrimas nos olhos - Eu sei que estamos passando por uma fase difícil, mas não é hora de desistir. Deixe de usar drogas. Você pode ser feliz sem cerveja e erva. Eu sou sóbria, mas amo a vida - Jennifer disse isso com a cara mais dissimulada possível - Tente fazer o mesmo.
- Ok, pessoal, em meio a todo esse drama, é hora de ir embora. Já é meia-noite de terça pra quarta, e nós termos que dormir logo - temos aula amanhã - disse Tony.
- É mesmo. Bem, nos vemos amanhã. - disse Jack.
E todos se despediram. A juventude alternativa estava apenas começando a desenhar seu futuro...

Indie Youth - ep. 2

EPISÓDIO 2 - A DAY AT SCHOOL - PART I
Jack passou a madrugada no PC, conversando no orkut com Anna, mas dormiu por quatro horas, o suficiente para deixá-lo "recarregado". Ele chegou cedo na escola, e enquanto a aula não começava, ficou ouvindo Joy Division para se acalmar.
Anna chegou logo depois. Estava mascando um chiclete, e cantarolando uma música do Depeche Mode.
- Oi, Jack! Nhá, você chegou cedo hoje, hein?
- Se eu ficasse mais um minuto em casa, ia desabar de sono. Fiquei teclando com você, e esqueci da hora...
- Alçsçlkdçslçsdkla... o capitalismo está te dominando! Nhá... Mas, falando sério, é bom demais ficar a madrugada inteira na internet.
- Concordo. O bom é que nós ficamos trocando idéias, indicando bandas e filmes... adoro isso.
- Eu também. Falando nisso, você ouviu o Surfer Rosa ou o Doolittle do Pixies? Qualquer alternativo PRECISA ouvir esses discos.
- Ainda não... mas você não pode falar nada, te passei uma lista enoooorme de filmes para você assistir e virar um cinéfilo que nem euzinha! Ui!
- Bem, estamos quites então...
Nessa mesma hora, chegou Tony.
- E aí, filhinho de papai? Todo dia vem pra escola de carro... tá podendo, hein?
- E daí, Jack? É bom demais... já que eu não posso negar minha dependência. Se meus pais me mimaram nos últimos dezessete anos, por que eu recusaria agora? Até porque daqui a alguns meses vou ganhar meu próprio carro...
- Ter pais legais tem lá suas vantagens - disse Anna. - Pelo menos eles liberam você pra ir nas festinhas.
- Pois é. O que seria de mim e minha vida sexual sem esse "modelo liberal de educação"?
- Exato. Sorte que nós somos a geração do amor livre e do sexo casual. Podemos ficar e transar sem o menor remorso com quem quisermos.
- Mas e quanto a mim? - disse Jack. - Tímido como sou, nunca percebo quando uma garota gosta de mim nem tomo a iniciativa. Esse é meu ponto fraco! E quando eu descobri que a loiraça da minha prima me achava uma gracinha, quando ela dividiu o apê comigo, ano passado? Eu quase me matei de raiva!
- Calma, cara - respondeu Tony - Não fique nesse conflito. As pessoas gostam de você. Poucas vezes vi alguém com tanta facilidade para fazer amigos. Mesmo sendo arrogante várias vezes, as pessoas te admiram. Até os professores são seus puxa-sacos! Tirando o maconheiro do Eric, não conheço outro cara que começou a ler Dostoiévski e Nietzsche quando tinha 14 anos. Hoje, três anos depois, você é imbatível no assunto filosofia. Não se preocupe com isso, um dia você vai encontrar "somebody to love"...
- Citando Queen? Quais suas intenções com isso? - Tony faz um sorriso amarelo - Enfim, vocês devem estar certos. Quem sabe na faculdade eu encontro alguma garota que realize esse meu sonho.
- Açaslasklça... eu fico até rindo disso. A única coisa que te derruba é o amor. Você é imbatível em qualquer discussão, mas quando alguém toca nesse assunto, você logo fraqueja... aquela desilusão ainda não saiu da sua cabeça?
- Anna, você diz isso porque não teve o que eu tive logo na pré-adolescência. Amor louco e total a uma garota, que não corresponde a esse sentimento... nem a mais triste canção de Rock um dia ira expressar isso. (enquanto eles falavam, o discman de Jack começou a tocar Muse). Bem, quase nenhuma.
- Hum, entendo... depois a gente conversa mais, o sinal tocou. Vamos pra aula.
- É mesmo. - disse Tony - So, let's go!

Indie Youth - ep. 3

EPISÓDIO 3 - A DAY AT SCHOOL - FINAL PART
- Putz, devia ter ficado em casa... mais um dia de aula! - disse Eric. - Ontem eu bebi mais do que deveria... não tô me sentindo bem...
- Eu não vou dizer nada. O problema é seu.
- Que foi, Pamela? - disse Jennifer - Ontem você estava tão sensível, e hoje tá tão brava com o Eric. Que foi?
- Ah, sei lá. Tô meio nervosa. Acho que me fodi na prova de Física.
- Calma, todo mundo foi mal nela. O professor a fez com a intenção de nos deixar menos metidos a espertinhos, e percebermos que vestibular não é tão fácil assim.
- Ei... falando em Física... o professor chegou. - disse Eric.
- Não, seu idiota, quem chegou foi o Edward, o professor de Literatura! Seu maconheiro tonto!
- Ih, tá de TPM? Ou começou a ouvir pseudo-gótico? - disse Anna, quando chegou na sala com os outros dois.
- Bom dia, pessoal - começou Edward. - Em vez de ficarem comentando a última trance ou festinha (a maioria dos alunos faz "eeee")... ou, no caso da galerinha alternativa, o último CD do Interpol (risadas dos indies. Os outros não entendem a piada ou riem meio sem graça), vamos ao que interessa. Já que a prova foi semana passada, dá pra fazer uma aula menos puxada hoje, pois vocês estão até adiantados na matéria. Aproveitem, terceirão nem sempre tem isso! (Gritaria) Comemorem enquanto podem... aliás, gostaria de trabalhar na aula de hoje um dos escritores mais fodas de todos os tempos - Eric Blair.
- Quem? - disse um grupo expressivo de alunos.
- É o nome verdadeiro do George Orwell, seus acéfalos! O cara que escreveu 1984 e Revolução dos Bichos! - disse Jack, com visível irritação.
- Muito bem, Jack. Já que você já demonstrou, ou pelo menos o tenta, que sabe pra caramba de Orwell, o que você achou do 1984?
- Falar o quê do livro que mudou minha vida? Se hoje eu entendo de política, a culpa é desse livro. Ele me tirou do sectarismo da esquerda (um ou outro comunista vaia), mas também me impediu de migrar para qualquer outro totalitarismo. As teorias destiladas pelo autor são geniais. O modo como o livro te surpreende quando você menos espera, principalmente na reta final, as personagens bem construídas, a crítica fortíssima aos três principais sistemas políticos da primeira metade do século XX - nazismo, capitalismo e comunismo - , o final de deixar qualquer um perplexo, a realidade nua e crua do poder... depois desse livro, o mundo não foi mais o mesmo. A distopia de Orwell é genial e alertadora, mesmo 56 anos depois.
- Hum, análise interessante, Jack. Oh, temos alguém com a mão levantada. Anna?
- Tipo, eu concordo com que o Jack disse. Acho que, mesmo que o socialismo stalinista já tenha acabado, o 1984 ainda vale para explicar o poder da mídia e o funcionamento do capitalismo, e sua manipulação sobre nossa sociedade e nosso pensamento. Se bem que eu concordo mais com a visão do Huxley no Admirável Mundo Novo, sobre a falsa sensação de liberdade e a lavagem cerebral feita pelo Estado - claro, como metáfora para o mundo moderno. E você, Jack?
- Hum ... sim.
E a aula foi seguindo. No último horário, houve a entrega das provas de Física, e o temor de Jennifer se confirmou. As médias foram baixíssimas. Com exceção de Jack, que tirou 90, Jennifer (84), e das toupeiras que vão prestar medicina, ninguém tirou acima de 70.
- Mas quem se importa? Já passei de ano mesmo... - ironizou Jennifer.
- Só... se bem que eu nunca fui bom em Exatas. Passei já no terceiro bimestre por causa dos simulados. Fiquei tão maconhado que 43 nessa prova já é muito.
- É. Se a gente estivesse no primeiro ou no segundo ano - disse Tony - haveriam motivos para essa sua afirmação ser equivocada, já que você estaria perdendo matéria nova. Mas, pô, estamos no terceirão, nosso objetivo é prestar o vestibular. Se você já entendeu esse conteúdo, fodam-se as provas!
- Enfim - disse Anna - hoje é quarta. Temos a tarde inteira pela frente. A não ser que vocês queiram ficar aqui estudando (Jennifer sentiu-se envergonhada e sorriu com ironia, já que ficava o dia inteiro estudando), vamos sair. Eu sugiro liberar meus impulsos consumistas no shopping. E vocês?
- Bem, eu... prefiro ficar em casa. Vou... gravar uns CDs - disse Jack.
- Tudo bem... e vocês? (Pamela, Tony e Eric toparam ir). Beleza então. Vou lá em casa me arrumar. Encontro vocês lá às 15h, ok?
Eles se separaram. Jack ficou ainda um tempo no colégio, e começou a escrever no seu diário, para depois passar para o seu blog:
"Droga. Estou completamente apaixonado por ela. Fico sem palavras quando "essa pessoa" fala. E ela jamais saberá disso, porque eu não irei revelar isso a ninguém. Talvez seja amor platônico, e eu apenas a amo unilateralmente. Ou será que eu quero ser retribuído?"

Indie Youth - ep. 4

EPISÓDIO 4 - JACK'S SECRET LOVE
21h. A luzinha do MSN de Jennifer começa a piscar. Jack quer falar com ela.
- Oi, Jen. Tudo bem?
- Tudo, Jack. Poxa, é tão raro você teclar comigo... qual seria o motivo?
- Dá uma olhada no meu blog. Eu postei um texto lá, queria que você desse uma olhada.
- Beleza. (três minutos se passam) Ei, espera. É impressão minha ou você está apaixonado por alguém?
- Acertou.. cara, estou aprendendo a arte de deixar as pessoas tirarem suas próprias conclusões em vez de eu simplesmente desabafar... Jen, se você ler o texto direito vai adivinhar quem eu estou amando...
- Hum, deixa eu ver... hum, pelo jeito que você descreve a pessoa, e pelo trecho de um diálogo que vocês tiveram ontem, só pode ser uma pessoa.
- E então? Você sabe quem é?
- Vou blefar... é... a... Anna!
- ... Acertou.
- Caramba! Eu sou boa nisso! Mas... Você tá apaixonado pela Anna, cara?
- Pois é. Não consigo parar de pensar nela.
- Quem diria, hein? Como um cara tão inteligente e independente como você pode ser derrubado pelo amor?
- Ninguém é perfeito. É por isso que sou ateu. Nunca acreditei em sobrenatural ou qualquer coisa mística e metafísica demais.
- Mas ela ainda não sabe, certo?
- Ainda não... e tomara que não saiba. Ela nunca namoraria comigo. Eu, mesmo estando louco de amor por ela, encantado com a cultura e o carisma dela, não conseguiria expressar meus sentimentos. Primeiro, porque ela é mais velha do que eu, e depois porque ela curte caras mais velhos. Você pode perceber isso até mesmo pela maioria dos amigos dela.
- É... mas você não deve se intimidar... você, fuçando o orkut dela, não viu aquela comunidade "Adoro homens com iniciativa"?
- Exatamente. Terei que ser tão forte como sou nos debater políticos quando for falar com ela. Mas vou esperar um tempo.
- Não se preocupe, eu vou dar umas indiretas pra descobrir se ela gosta de você, cara...
- Valeu. Muito obrigado, Jennifer. O que seria de mim sem uma pessoa boa como você?
- Aliás, também tenho um segredinho pra te contar... já percebeu que eu quase não saio com vocês nas noites de sexta e sábado?
- É mesmo... o que você faz? Fica estudando pra tirar nota boa e fazer ironias?
- Ei, aquela ironia de hoje foi uma brincadeirinha... mas vamos lá... Bem... eu sou... gótica.
- O quê? Gótica, você? Me conta isso melhor! Putz!
Nesse mesmo momento, Pamela, Eric, Anna e Tony estavam de partida do shopping. Eles resolveram assistir a um filme, e por isso demoraram mais. Enquanto isso, uma noite fria marcava aquela quarta-feira.


Indie Youth - ep. 5

EPISÓDIO 5 - THIS STORY HAS MANY DIALOGUES!
Após saírem do shopping, cada um dos quatro foi para seu rumo. Mas Anna decidiu dormir na casa da Pamela, pra que as duas pudessem conversar por horas a fio.
- Como foi seu dia de aula? - perguntou Pamela.
- Ah, teve um monte de aula chata. A única legal foi a do Edward. O 1984 é foda demais. Ainda agradeço o Jack por ter me emprestado ele. Ele é muito legal, e assim como eu adora cinema, música e política.
- É... e pensar que ele chegou a ser comunista. Adorava detonar ele naquela época.
- Pois é... ainda falando dele, percebi que ele me olha de um jeito diferente... será que...
- ... ele gosta de você? Eu não sei. É provável, já que você sabe, discrição e dissimulação são palavras que não entram no dicionário dele. Mas ele é tão inocente, corre o risco de sofrer uma desilusão amorosa.
- Pois é. Tenho certeza que, se nossa conspiração for verídica e ele realmente estiver "in love with me" (Pamela ri do pedantismo da amiga), ele vai fazer o possível para esconder isso de mim, mas vai acabar revelando. E eu ainda não sei o que faria... dar o fora ou tentar compreendê-lo? Afinal, ele realmente deve ter gostado de mim, para pular tão rápido da amizade para a paixão...
- É mesmo... Ainda falando sobre homens, e o Tony?
- Pô, ele é legal pra caramba, um grande amigo que eu tenho. Tem um ótimo senso de humor e ridiculariza sua própria condição de mimado pelos pais. Aklçsçkkçla...
- Pelo menos é sincero... e tem um gosto musical bom. Falando nisso, quais bandas você está ouvindo muito no momento?
- Só indie rock atual... Magic Numbers, Killers, Keane, Mew... nhá. Aliás, no som tá tocando "Everybody's Changing"... linda demais ela.
- Concordo. Você vai na boate amanhã?
- Claro. O Tony me convidou. Parece que vai ter uma galera legal lá... lotado de gays e lésbicas, provavelmente vai estar. Mas os gays são tão bonitinhos... e as lésbicas tem um papo bem cabeça.
E as duas foram conversando, pelo resto da noite. Na manhã de quinta, já no colégio, Eric, mesmo meio zonzo, percebeu que Jack estava bem inquieto e perturbado. Na verdade, este estava tendo mais um dos seus devaneios psicológicos:
- Putz, a Jen é gótica... santinha de dia, dark de noite... agora eu sei porque ela gostou quando eu toquei Interpol e Bauhaus no meu aniversário. Mas ela conseguiu disfarçar muito bem... se ela não tivesse me contado, eu não perceberia. Também, tontou como eu sou... Ah, e a Anna... não consigo parar de pensar nela. Cinco anos depois, eu voltei a me apaixonar por uma garota. Acho que ela já percebeu pelos meus olhares e pelo fato de eu suportar ficar acordado por madrugadas só pra teclar com ela... só que eu não posso ser um babaca ultra-romântico. Garotas odeiam caras assim. Elas preferem os que as façam rir, com quem possam ter um papo cabeça. Eu já consigo conversar desse jeito com ela, mas no nível Amigo, não como um, digamos, namorado. Ela riria de mim se soubesse que eu a amo... eu tenho que ser mais esperto. Nem que seja pra dar umas indiretas. Mas me declarar e me fazer de fácil só tornará mais difícil ela gostar de mim... cara, eu torço para que ela não tenha lido meu blog... EU ME ODEIO! (percebe que Eric está assustado ao vê-lo pensando calado por tanto tempo). Er... oi, cara!
- Bicho, tu tá mais estranho a cada dia... eu disse que você precisava de tomar umas comigo...
Céu claro. Manhã de quinta. O mundo continua a mesma porcaria, mas a Indie Youth continua de pé, com seus simbolismos, referências à vida do autor e excesso de diálogos.

domingo, outubro 02, 2005

...

02 Outubro 2005

Heart and soul, one will burn...

Hoje estou com paciência para falar de vários assuntos. É uma boa idéia fazer uma divisão de cada um:
-> Escola: Amanhã, dia 3, tenho simulado. Só me sinto estimulado a fazê-lo por dois motivos. O primeiro, e mais óbvio, é ganhar nota a mais - por mais que eu ache que o conhecimento de uma pessoa não se resuma a números, a satisfação que é tirar notas boas é inevitável. O segundo, e curiosamente o principal, é pra ser o primeiro colocado. Afinal, eu estou puto da vida, já foram 3 vezes que eu fui segundo colocado, sendo uma na oitava série e duas nesse ano, nos 2 simulados. Ser segundo é muito pior do que ser último, porque você fica puto por ter quase chegado lá. É indescritível a fúria de perder a 1ª colocação de um simulado com 240 alunos por apenas uma questão (em ambas oportunidades, a pessoa que ficou na minha frente acertou APENAS uma a mais que eu). Enquanto eu não vencer não desistirei. Não preciso provar nada pra ninguém, exceto pra mim mesmo. Minha auto-estima agradecerá o 1st place.
-> Música:
Desculpem-me pela blasfêmia que é citar no título do post, pela segunda vez consecutiva, um trecho de uma música dos deuses do pós-punk, geralmente chamados de Joy Division. Aliás, nada como passar o fim de semana escutando JD... eu não fico depressivo ouvindo os caras - apenas (bem) mais calmo. Fico menos tenso e os devaneios psicológicos são freqüentes - penso na vida, no poder da música, no futuro... as letras depressivas, os vocais fortes e tristes, a bateria poderosa, os ótimos riffs do baixo, a guitarra furiosa, o teclado melódico... cara, o Joy Division é realmente uma banda sem igual. Mesmo as músicas com o som menos limpo (as do LP Unknown Pleasures, por exemplo, porque a qualidade sonora de alguns singles e do Closer é boa) soam inovadoras e modernas. Se mais pessoas ouvissem essa banda, quem sabe como seria o mundo... claro que a taxa de suicídios iria aumentar, mas pelo menos a inteligência e os sentimentos de cada um seriam mais apurados.
-> Leituras: Falando nisso, comecei a ler "Os Sofrimentos do Jovem Werther", do Goethe. Parece que tem muito a ver com esse jeito mais "emocional" de ser que eu estou adquirindo. Duas ressalvas precisam ser feitas: 1 - Eu não pretendo me suicidar. Afinal, quem sabe eu não possa ser uma esperança para a humanidade? E pra quê perder a vida, se eu não acredito em Deus e valorizo o corpo e a vida ao máximo? 2 - Ainda não encontrei o amor da minha vida, nem estou apaixonado por ninguém. Por isso eu sou muito frio às vezes. E talvez também seja o motivo de eu não entrar totalmente em depressão com as músicas do JD.
-> Ego:
Penso em escrever um livro. Nomes provisórios: "Eu", ou "Raciosímio" ou "Apenas Kaio". Ninguém iria lê-lo, mas funcionaria como meu registro escrito para as futuras gerações descobrirem que havia alguém no ano de 2005 que não era uma alma perdida. Ou o contrário, que eu era um louco no meio da sanidade de todos. Haja pretensão...

Radio, live transmission...

Mais uma música pro top 31 + 3:

-> Love Will Tear Us Apart
O maior clássico do Joy Division era inevitável na minha lista. Bateria perfeita, vocais magnifícos, letra triste (e que funciona como uma despedida do Ian Curtis), teclados bem melódicos... enfim, uma música que prende o ouvinte até o fade-out. Prova, de uma vez por todas, a importância do Joy Division na música mundial. Afinal, eles foram uma das poucas bandas em que todos os membros tiveram grande importância:

O produtor, Martin Hannet, que inovou com seu jeito de mixar, ao colocar a bateria e o baixo mais altos que a guitarra e os vocais. Bernard Sumner, que melhorou com o tempo na guitarra e virou, após o fim do JD, o líder da (também) grande banda New Order, a primeira de música eletrônica e influência básica para tudo que veio de eletrônico dali pra frente.
Peter Hook, baixista excepcional, responsável por riffs lendários como os de "Shadowplay", "Transmission" e "She's lost control"; Stephen Morris, um dos melhores bateristas de todos os tempos, que se aproveitou do ênfase dado ao seu instrumento e mandou ver, com destaque para as performances em "Isolation", "Love Will Tear Us Apart" e "Ceremony"; e, claro, ele, Ian Curtis, com seu vozeirão, os ataques epiléticos que influenciaram a "dancinha" de vários artistas do pós-punk, como Renato Russo e Morrissey, e seu jeito depressivo e pessimista de ser, que acabou gerando a morte do cara, em 1980, um dia antes da viagem para os EUA, aonde eles fariam a turnê que consagraria a banda.
A influência do Joy Division na música mundial é indiscutível. Até bandas indies de sucesso nos dias de hoje, como o Interpol, não negam a inspiração. E os caras do JD fizeram tudo isso em 3 anos e apenas dois LPs oficiais (sendo o segundo póstumo)... se bem que o New Order continuou a revolução, só que pelo caminho da música eletrônica.

And love, love will tear us apart again...

This is the end... of the month

Acabou. Setembro se foi. E parece que parte de mim também.
Descobri que o mês mais importante do ano em minha vida, por várias vezes, foi Setembro.
Em 09/2003, comecei a estudar Geografia e História por conta própria e a me interessar cada vez mais por política. Foi uma decisão sábia - até aquela época, eu era viciado em videogames; depois que surgiu em mim o interesse por Humanas, minha vida deu uma guinada de 180 graus. Além disso, foi nesse mesmo mês que eu ouvi pela primeira vez Beatles (digo isso porque, antes disso, era indiferente às músicas deles). Comecei pelas famosas e básicas: "Help", depois "I Want To Hold Your Hand", "Yellow Submarine", "Hey Jude"... se vocês não sabem (ainda), minha banda favorita é justamente o quarteto de Liverpool. E tudo começou por causa de uma ocasional visita à Rádio Terra, aonde eu procurei a palavra Beatles, sem maiores pretensões...
Um ano depois, eu comecei a visitar o Politizados Fórum. Fuçando no submundo da internet, vi um link para o fórum, visitei, e encontrei nele o local ideal para discutir política na internet. No Politizados, já tive muitas brigas e discussões feias, fiquei até um tempo sem visitá-lo e tudo mais. Mas isso não se compara aos ótimos momentos que eu passei (e ainda passo) no fórum. Os debates são bacanas, e eu aprendi muito com eles. Até mudei de ideologia, migrando da esquerda socialista para o "underground político" (outsider + centro-esquerdista + libertário + ultra-democrata).
E hoje se acaba outro grande Setembro para mim. Na véspera do início do mês, terminei o 1984, e já iniciei os 30 dias completamente mudado quanto ao pensamento político. Também foi nesse período que eu tive problemas na escola, incluindo quebra-pau com um professor, lágrimas quando recebi a notícia da punição, advertência, mãe chamada para "conversar" com a coordenação... tudo isso por causa de uma crise de identidade. Puro tédio, ou depressão? Escolho a 1ª alternativa. Apesar de ser meio down e muito tímido, não me considero um deprê. É tudo culpa da falta do que fazer e também da não-vontade de mudar isso. Mas eu espero mudar isso. Não tenho motivos para entrar em crise. Aliás, é a falta de problemas que acabou me levando a isso - eu "precisava criar um". Será que é tudo culpa do meu ceticismo e ateísmo? ... Certamente não, pois eu não sou mente fechada, e topei ir na igreja espírita com minha mãe em duas oportunidades, mas não me "converti". Continuei incrédulo, mesmo tendo me esforçado.
Seria eu uma pessoa totalmente vazia e ímpia? Ou um adolescente comum, com problemas comuns? Ou então uma pessoa que foge dos padrões, cujas preocupações e motivações são diferentes da maioria e que precisa ter mais auto-controle para não se ferrar na vida (inclua nisso evitar descontrole emocional)?
Se eu fosse escolher a alternativa, seria a terceira. Mas como nem eu mesmo me compreendo, então nem um psicólogo o fará. O jeito é lidar comigo mesmo. Auto-estima e egocentrismo eu tenho. Só falta a tal inteligência emocional.

E mais um Setembro se vai... tudo volta ao (a)normal. Torço para que Outubro seja diferente.

Preciso ler um livro...

Preciso sair do ócio. Estou há um mês parado na leitura do Assim Falou Zaratustra, e ainda não passei da pág. 169...

I'm wanted... dead or alive!

Mais duas músicas pro 31 + 3 canções:

-> Livin' On A Prayer
Admito - era fã do Bon Jovi quando eu era criança. Também, foi a primeira banda de Rock, ao lado dos Titãs (de quem até hoje eu sou fanático), que eu gostei, lá pelo ano de 1996, quando eu não passava de um pirralho e na época em que Power Rangers era febre entre as crianças.
A primeira música dele que eu gostei foi "Always". Quando comprei o disco These Days, adorei a faixa-título, a baladinha "This Ain't A Love Song" e o rock pesado de "Hey God". Outra que eu sempre curti muito foi "Lay Your Hands On Me". Mas preferi escolher "Livin' On A Prayer" por alguns motivos:
1 - Refrão marcante; 2 - Nostalgia em relação à década de 80, mesmo não tendo eu sequer nascido nela; 3 - A performance de Ritchie Sambora na guitarra; 4 - A letra bem banal, mas até simpática.

-> Song 2
A mais famosa canção do Blur. Mas eu tenho meus motivos para adorá-la: refrão poderoso (woo-hoo!), letra nonsense, riff grudento, perigosamente viciante e, além de tudo, foi a primeira do Blur que eu ouvi - em 1998, já que ela era trilha sonora de um game que eu era viciado - FIFA 98.
Contudo, só virei fã da banda britânica em 2005, e sempre a defendo como melhor que o Oasis entre os conjuntos de britpop.

Outra coisa... criei uma comunidade de política no Orkut, chamada Politizados. Como eu disse na descrição da comunidade, "deixe de perder tempo em comunidades de ódio à Xuxa e venha discutir política". O servidor do Orkut não está funcionando no momento, portanto, eu não posso passar o endereço direto. Mas é só você procurar uma comunidade com o nome de Politizados naquela barrinha de pesquisas de comunas.

Sem idéias do que falar no post...

Droga. Minha vida voltou ao normal. A calmaria retornou. O tédio, também.
De lições de vida só uma: usar capuz pra esconder discman durante a aula dá certo, sim senhor.
Mas como a vida não é feita de banalidades (ou melhor, não é SÓ feita), vamos falar de um assunto mais produtivo. (Alguma idéia? Não....) Bem, eu resolvi usar o mural da minha sala para pregar meus textos (Dâ, e isso é realmente útil pra minha vida? NÃO!!!)... estou ouvindo o Sgt. Pepper's (aê, o nível da conversa melhorou um pouco!).
Já que eu não quero continuar um post nonsense, prefiro parar por aqui. Ou melhor, antes disso vou publicar a letra da melhor música do Nirvana na minha opinião (empatada na 1ª colocação com Frances Farmer Will Have Her Revenge On Seattle). A propósito, ela é a prova definitiva de que Kurt Cobain era muito mais do que líder de uma banda grunge que reinventou o Rock nos anos 90, maníaco depressivo e viciado em heroína
(cara, eu estou sarcástico hoje...). Acima de tudo, ele era um excelente letrista . Com vocês, Smells Like Teen Spirit.

Load up on guns and bring your friends / It's fun to lose and to pretend
She's over bored and self assured / Oh no, I know a dirty word

Hello, hello, hello, how low? (x3)
Hello, hello, hello!

With the lights out, it's less dangerous / Here we are now, entertain us
I feel stupid and contagious / Here we are now, entertain us
A mulatto, an albino, a mosquito / My libido
Yay! (x3)

I'm worse at what I do best /And for this gift I feel blessed
Our little group has always been / And always will until the end

Hello, hello, hello, how low? (x3) / Hello, hello, hello!

With the lights out, it's less dangerous / Here we are now, entertain us
I feel stupid and contagious / Here we are now, entertain us
A mulatto, an albino, a mosquito / My Libido
Yay! (x3)

And I forget just why I taste / Oh yeah, I guess it makes me smile
I found it hard, it was hard to find / Oh well, whatever, never mind

Hello, hello, hello, how low? (x3) / Hello, hello, hello!

With the lights out, it's less dangerous / Here we are now, entertain us
I feel stupid and contagious / Here we are now, entertain us
A mulatto, an albino, a mosquito / My libido
A denial!! (x9)

domingo, setembro 25, 2005

Continuando a premissa...

Como vocês viram ontem, minha visão política mudou. Abandonei a esquerda oficial. No auge da minha pretensão, eu digo que sou um esquerdista underground -> libertário, humanista e ambientalista. Socialista? Talvez. Se o que eu prego for considerado socialismo, sim. Do contrário, é kaionismo mesmo. =D.
Talvez eu ainda seja considerado de esquerda porque defendo o papel do Estado em garantir e dar a oportunidade a todos de ter acesso a saúde e educação de qualidade. Pra mim, o Estado realmente tem que ser mínimo, mas garantindo que todos sigam os direitos básicos e mínimo (ex.: direito à vida, à propriedade, etc.) e dando acesso a esses 2 benefícios sociais, ele já está cumprindo seu papel. Um povo com acesso a bons hospitais públicos e tendo a chance de estudar e adquirir conhecimento é um povo próspero e com grande potencial de alcançar a plena liberdade.
Se quiser ter certeza de que eu mudei mesmo, dê uma olhada no meu novo perfil do Orkut (o texto do About Me ficou mais objetivo e a minha foto, agora, é a do Doolittle, terceiro disco dos Pixies): clique aqui para vê-lo.

sábado, setembro 24, 2005

Textos do Raciosímio agora no Blog do Kaio

Aqui estão alguns textos do Raciosímio - www.raciosimio.blogspot.com , publicados desde domingo passado.


Libertário!

Mudança simbólica, porém decisiva na minha mentalidade política: ousei mudar minha visão política no Orkut. Agora, sou libertário. Digamos que essa mudança se deve ao fato de que esse termo consegue absorver ao mesmo tempo as 4 características que definem minha posição política: democrata, quase anarquista, defensor dos direitos civis e da liberdade em todos os âmbitos e contra qualquer autoritarismo e sectarismo, seja ele de direita ou esquerda.
Uma das provas de que eu realmente mudei foi esse teste de posicionamento político que eu fiz:
LIBERTARIANS support maximum liberty in both personal and economic matters. They advocate a much smaller government; one that is limited to protecting individuals from coercion and violence.
Libertarians tend to embrace individual responsibility, oppose government bureaucracy and taxes, promote private charity, tolerate diverse lifestyles, support the free market, and defend civil liberties.
Cliquem aqui e também aqui para "gráficos" da minha posição.

Bem...

1. Detesto ter que dizer isso, mas... esqueçam o que eu disse no post "I fought the law". Eu tava estressado e acabei falando merda. Me arrependi, percebi que sou o culpado e tudo mais... em outras palavras, a redenção pelo crime.
Óbvio que eu ia pagar caro pela falta de educação. Resultado - advertência no colégio. Sinto-me como o Raskolnikóv, do Crime e Castigo... só que em doses menores, óbvio.

2. Joy Division acalma qualquer um. Quando eu estou estressado, adoro ouvir pra ficar menos tenso. Música depressiva rocks!
E hoje é dia de começar a maratona de gravar CDs... pretendo fazer um duplo do Pixies (pois é, viciei tanto que nem um simples adianta pra colocar todas as minhas favoritas!), e os outros com repertório misto - David Bowie, Stone Roses, Sonic Youth, Rolling Stones...

3. Minha (pretensa) neutralidade política chegou ao seu apogeu. Agora, eu aceito falar com todas as correntes políticas. De trotskistas a conservadores de direita. Ser outsider tem suas vantagens... mas, claro, ainda sou de centro-esquerda e extremamente libertário (minha bíblia é A Desobediência Civil, hehehe...). Só existem três esquerdistas no Brasil que eu confio realmente, e que são os "culpados" por eu continuar sendo ligado a essa corrente política - Fernando Gabeira, Eduardo Suplicy e Cristovam Buarque. Quem me dera se o PT e os outros radicaizinhos tivessem mais caras como esses... (aliás, todos foram do PT, só pra provar que naquele partido nem tudo é hipocrisia e arrogância... nos dias de hoje, Suplicy está meio deslocado entre os petistas, Buarque já zarpou para o PDT e Gabeira, pro PV).

Chega de banalidades!

Vocês já viram o tanto de coisas banais que eu já postei ontem e anteontem. Chega disso.
Hoje eu só passei pra fazer um pedido:
DIVULGUEM MEU BLOG! Quem sabe se ele ficar popular, meus posts melhoram!Afinal, com a pressão da fama, eu começaria a escrever melhor... hehe.
Outra coisa - visitem o Politizados Fórum - é um fórum de discussão que eu visito todo dia. Os debates são bacanas, rola pancadaria pra todo lado: é comunista contra liberal, liberal contra dissidente, dissidente contra conservador, e por aí vai! Conto com vocês!

Boa idéia

Tive duas idéias bacanas hoje pra ocupar meu tempo na escola, enquanto o professor fica 1 - dando sermão, 2 - resolvendo exercícios que eu já fiz e entendi, 3 - conversando com alguém, 4 - sem nada pra fazer, 5 - todas as alternativas anteriores. Lá vão elas:
1ª Sempre trazer o discman. Imaginem a sensação de ouvir "Shine on you crazy diamond" na aula de Genética ou "Bone machine" na aula de Texto...
2ª Trazer um monte de coisas bacanas para ler, desde textos do Cocadaboa a livros do Nietzsche.

Hoje...

Pelo menos por enquanto estou cumprindo o discurso de ontem. São quase 17h, e ninguém me criticou ou brigou comigo hoje. Yeah.
A propósito, Pixies é realmente sensacional. Faz mais de uma semana que eu estou ouvindo sem parar. Só hoje, já ouvi mais de 4 vezes as melhores faixas do Surfer Rosa e do Doolittle. Mas pra evitar comentários de que eu só ouço "duendes", descobri White Stripes ontem. Já tinha ouvido muito blá-blá-blá sobre a banda, mas ainda não tinha escutado as canções da dupla. Até domingo. Achei muito bom. Destaque para "I Fell In Love With A Girl", "Seven Nation Army", "Dead Leaves And The Dirty Ground" e "Blue Orchid".

O Orkut como reflexo da sociedade

Aquele engenheiro turco que criou o Orkut jamais imaginaria que seu "projeto nas horas vagas" viraria coqueluche na net, especialmente no Brasil, país de 3/4 dos integrantes. Mas o sucesso não foi realmente surpreendente, já que o programa tinha todos os ingredientes para se dar bem - a construção do perfil é muito bacana, o usuário pode conhecer muitas pessoas (e até parceiros amorosos), a interação e a comunicação são maciças, etc.
Mas, vendo por outro lado, o Orkut é, como qualquer febre (seja ela virtual ou real), uma conseqüência dos valores da sociedade. Em um mundo globalizado, aonde a internet está lotada de pessoas solitárias, hipócritas e anti-sociais, era preciso algo que refletisse isso. Claro que o Orkut também está lotado da "pessoas legais, bacanas, com bom gostos"... mas de cada 10 que dizem isso em seus perfis, provavelmente 2 ou 3 realmente o são. Quem é popular e gente boa não estaria perdendo tempo no Orkut, não é mesmo?
De certa forma, ele também serve como uma distração para nós, pessoas ociosas que vivem procurando algo novo na rede. Encontrar e adicionar amigos, fazer uma descrição de si mesmo e, principalmente, entrar em comunidades, dá uma falsa sensação de felicidade e satisfação pessoal. Em contrapartida, o usuário fica mais alienado e menos sociável ainda, chegando ao ponto de preferir perder horas na Internet visitando comunidades sobre pessoas que não gostam de acordar cedo, que odeiam o cara das Casas Bahia ou que acham tal professor um gato do que sair com os amigos e encontrar pessoas REAIS.
Eu estou, até certo ponto, fazendo uma auto-crítica. Eu também sou um viciado em Orkut. Recebi o convite em janeiro, mas resisti sete meses, indiferente ao "fenômeno". Mas, por acaso, em agosto, um amigo me perguntou se eu tinha me cadastrado no Orkut. Eu disse que sim, mas que nunca tinha usado. Como eu não tinha nada melhor pra fazer no PC (olha o ócio!), resolvi ir no meu login e aceitar ele como contato virtual. Aproveitei para fazer meu perfil. Achei legal, e fui adicionando um pessoal. Aliás, poucas pessoas, já que eu não conto pra ninguém que tenho Orkut... vergonha? Não. É pra evitar contatos indesejáveis (pessoas que eu não considero amigas). Quando eu fui ver, estava criando comunidades!
O tempo que eu poderia gastar indo em shows ou no cinema estou perdendo com o Orkut e suas "possibilidades". Não só eu. Milhares de internautas também. E, juntos, formamos um mundo feliz. Mas virtual. Mas eu acho que, em pouco tempo, posso me livrar dessa praga. Acho que já fiz o perfil que mostre melhor como eu sou (ou seja, chato, arrogante, pretensioso, etc...), e já adicionei os meus amigos (dos 25, uns três são apenas colegas de escola e um é uma pessoa que eu mal conheci no chat do UOL, mas a maioria é amigo de verdade) e as comunidades até úteis (98% delas de bandas que eu curto ou relacionadas a política). Acho que cheguei a um ponto que o Orkut não tem mais nada a me oferecer. Mas há um problema - o que eu vou fazer de noite, já que passo ela inteira na internet, baixando músicas e fuçando em tudo que é lugar? Preciso me "desintoxicar" da Internet, urgentemente...

sexta-feira, maio 06, 2005

LIVROS QUE EU RECOMENDO

- A REVOLUÇÃO DOS BICHOS (George Orwell, ed. Globo)
- ROBINSON CRUSOÉ (Daniel Defoe, ed. Martin Claret)
- 1984 (George Orwell, ed. Companhia Editora Nacional)
- O PRÍNCIPE (Nicolau Maquiavel, ed. Paz e Terra)
- A METAMORFOSE (Franz Kafka, ed. LP&M Pocket)
- DOM QUIXOTE - livros 1 e 2 (Miguel de Cervantes, ed. LP&M Pocket)
- O CONDE DE MONTE CRISTO (Alexandre Dumas, ed. Scipione)
- SINDBÁ, O MARUJO (tradução de Carlos Heitor Cony, ed. Ediouro
- MANIFESTO DO PARTIDO COMUNISTA (Karl Marx e Friedrich Engels, ed. Martin Claret)

Comentários sobre cada um em breve...

domingo, janeiro 30, 2005

Discos que você precisa conhecer - parte 1

Resenhas de discos:
V (LEGIÃO URBANA)

Toda banda que se preze tem o seu disco perfeito, a sua obra-prima. Sim, me refiro aos álbuns que conseguem prender o ouvinte durante toda a audição, aqueles que não tem hits, pois todas as músicas são bem acima da média. Me parece que esse é o caso do V. Lançado em 1991, ele é uma contradição ao período entre o finalzinho dos anos 80 e o início dos 90 para o Rock nacional, que passou por uma fase negra, que, entre outros fatos, teve o fim do RPM, a morte de Cazuza e a ascensão de estilos musicais como a lambada e o axé.
A Legião vinha de quatro discos bem-sucedidos, que trouxeram hits como "Será", "Faroeste Caboclo", "Pais e Filhos" e "Tempo Perdido" e o reconhecimento nacional. O trio (que era quarteto até 88, com a saída de Renato Rocha) tinha pouca técnica, mas suas melodias e letras garantiam aos seus trabalhos um alto nível.
O quadro de saúde de Renato Russo era sofrível, e o país estava em plena Era Collor, com direito a confisco de poupança e tudo mais. O conjunto lançou em Dezembro de 1991 o álbum V. A crítica massacrou o disco, taxando-o de melancólico e pouco criativo. O público gostou, mas a perplexidade foi clara, afinal, com a exceção de "O Teatro De Vampiros" e "Vento No Litoral", nenhuma música emplacou.
V tem quase 50 minutos de duração e 10 faixas. Pode parecer pouco, mas não é. Começamos pela faixa 1, "Love Song". Ela cumpre perfeitamente o papel de música de abertura. A sonoridade surpreende, com clima medieval. Mas isso era pouco perto do que estaria por vir - "Metal Contra As Nuvens". 11 minutos e 29 segundos de duração - uma eternidade. Ainda assim, é a obra-prima da Legião, um Rock progressivo para inglês ver. A melodia é incrível, e a letra é impecável. A canção é uma viagem medieval no início, transforma-se em contestação política e agressividade no meio e tem versos esperançosos no fim. Muitos devem se lembrar de que há uma versão desplugada dela no Acústico Mtv. Apesar de não ser melhor que a original, a versão acústica é excelente e também imperdível.
"A Ordem Dos Templários" é instrumental; essa faixa tem uma ambientação soturna muito boa. "A Montanha Mágica" é uma música fenomenal, outro ponto alto do disco. A letra é lisérgica, com referências claras às drogas e uma sonoridade bem psicodélica. São quase oito minutos de deixar qualquer um impressionado. A calmaria vem com "O Teatro Dos Vampiros", mas nem tanto - a letra é politizada, e é considerada por muitos um retrato fiel do governo de Fernando Collor de Mello. Os versos poéticos de "Sereníssima" provam que a Legião Urbana soube segurar a barra no Lado B de V.
"Vento No Litoral" é melancólica e triste, e cumpre o papel de balada romântica, bem ao estilo de Renato Russo. "O Mundo Anda Complicado" é despretensiosa e otimista, contrastando com o resto do disco, mas nem por isso sendo de qualidade inferior. "L'âge D'or" é um Rock pesado, com versos bem agressivos, como "(...)Já tentei muitas coisas, de heroína a Jesus(...)", e o último suspiro de Rock progressivo no disco, pois logo em seguida, o trabalho seria encerrado com chave de ouro com "Come Share My Life". Ela é instrumental e curta (2 minutos), e tem um clima meio fúnebre, que, contudo, é perfeito para encerrar um disco de peso como esse.
Depois de tudo isso, fica bem claro que V é o melhor álbum da Legião Urbana, doa a quem doer. É a prova de que Bonfá, Dado e Russo não precisavam de músicas simpáticas como "Eduardo E Mônica" para provarem que eram uma das mais respeitáveis bandas de Rock da história do Brasil. Em 1991, desbancaram os Titãs do topo, e só sairiam do topo quando Renato faleceu, em Outubro de 96. Mas o legado da Legião durou até depois da morte de seu líder; tanto que a banda continua prestigiada até hoje. Faça um favor a si mesmo e ouça esse disco.

A banda: Renato Russo (vocal, teclados, violão), Dado Villa-Lobos (guitarra, violão) e Marcelo Bonfá (bateria, percussão).

Cotação: 9/10

terça-feira, janeiro 25, 2005

Big Brother Sims - parte 3

BIG BROTHER SIMS - capítulo 3

A não ser que estivesse ocupado assistindo alguma porcaria na TV a cabo, em especial "Bill and Gates" na Philips, ou "Os Silvasons" no canal Raposa, você deve se lembrar dos momentos finais do segundo capítulo. Já que presumimos que você é um mané, faremos uma recapitulação: graças aos estragemas de Tainara, dois participantes foram para a votação popular - Raul e Melissa. E Natália estava quase não resistindo mais ao assédio de Giovani? Khaled? Só meditando. Júlio? Metido a intelectualóide que é, ficou só observando tudo, cautelosamente... E agora, começa a terceira semana do BBS!

A TERCEIRA SEMANA
Na 2ª feira, Júlio decidiu ser mais comunicativo com o pessoal, e o pretexto para isso foi ele mesmo organizar o almoço e a janta. E por incrível que pareça, ele cozinhava bem, já que aprendera num acampamento de nerds (e não escoteiros, já que esses são inimigos lendários dos CDFs). Raul e Khaled conversavam sobre técnicas de relaxamento. O budista falou:
- Raul, eu sei que você usa a maconha para relaxar. Mas funciona mesmo?
- E como, companheiro... A "marijuana"... ela deixa sua cabeça meio torta, saca? Te deixa menos estressado... Tanto que, com algumas doses... eu posso ouvir... punk rock no volume máximo, e calmamente...
- Nunca tentou outra maneira de ficar calmo, que não fosse "o objeto de admiração do Bob Marlene"?
- Já... mas todas falharam, bicho... tentei de tudo, até incenso... mas após assistir alguns episódios de "Scooby-Doo"... vi que, nas entrelinhas... o Salsicha era esfomeado, descerebrado e relaxadão daquele jeito... por causa de uma erva... salve o Scooby e seu dono magrelo!
- Hum, é uma boa teoria. Mas prefiro seguir os ensinamentos de meu mentor Buda. É, se bem que na Índia havia umas ervinhas, como a papoula, não posso negar que Buda pode ter dado umas "secadas de erva"... ei! Me faz 5g por 150 simoleans?
- Na hora, doidão...
Khaled decidiu guardar a dose, pois na mesma hora, ouviram-se gritos do banheiro. O que será que tinha acontecido? Isso mesmo, Giovani, aquele pervertido, tentou estuprar a inocente (e não pura, já que ela não é a Sandy) da Natália! Aproveitando-se do fato de que, no mesmo horário que ele iria escovar os dentes, ela iria tomar uma ducha, ele invadiu o chuveiro e tentou "coisas obscenas" com a garota! Logo, veio o socorro. Júlio, Khaled e Raul barraram o tarado da casa, e Natália pode se libertar das garras de Giovani. Melissa estava mais ocupada testando modelitos de sandálias no quintal, e Tainara estava mais ocupada assediando a produção no confessionário...
Enfim, o paredão na terça-feira. Pablo Miau, como sempre, apresentando:
- Como vão vocês, suas aberrações? O paredão chegou ao fim, e o número de votos foi absurdamente gigantesco, muito, mas muito maior que as nossas expectativas! Afinal, os dois maiores eleitorados de SimCity se enfrentaram! Antes do resultado, eu quero comunicar que a Globo comprou os novos episódios de Dragon Balls, vai começar a fase GLS! E sem contar que passaremos a nova temporada de Chimpokomon! Temos que comprar! temos que comprar, Chimpokomon! Yeah! Agora, o veredicto. Esse foi um paredão muito, mas muito equilibrado, quase houve empate... Espera, tenho outro aviso pros telespectadores, feito a partir de uma ameaça (armada) de um dos atores de "Bill and Gates", que é um de nossos concorrentes: não percam o episódio de hoje! Jéca vai achar um bofe, Gates vai fazer um remix de "Oh, Mandy", Kérin vai virar garota propaganda de uma cervejaria e Bill vai descobrir negócios ocultos dos advogados de Will Grace, o magnata da informática e dono da Micro$oft! Imperdível! Outra coisinha antes do resultado, eu tenho uma piadinha inédita! A loira estava tentando abrir uma garrafa, mas não conseguia. Foi quando um amigo dela chegou e disse "Não é assim que se abre, tem que torcer!". E a loirinha começou a falar "Tam-pinha, tam-pinha...". Hahahahaha! Engraçado, não é? Bem, sem mais delongas, os números finais desse paredão. Mas antes...
- PÔ, FALA LOGO O RESULTADO, MIAU! - gritaram todos os inquilinos, exceto Khaled, que o falou em voz baixa.
- Tá bom, seus estressados. Com 50,1% dos votos, contra 49,9% do outro emparedado, Melissa, você é a eliminada da semana! Isso mesmo, dos 9 milhões de Sims que votaram, 4.510.000 votaram em você! Uma diferença curtíssima! Minhas congratulações! Agora, cai fora que eu tenho um menáge à trois com a Raquel e a Mônica hoje à noite...
Quem diria - o paredão foi extremamente equilibrado, e acabou sobrando pra patty! Raul não pôde comemorar, pois acabou dormindo minutos depois... coitado. Só que as coisas iriam esquentar daí pra frente...
No dia seguinte, Miau apareceu logo de manhã no telão da sala para os participantes:
- Bom dia, suas mulas! Estou excepcionalmente aqui para comunicar que dois novos participantes entrarão em instantes na casa! Isso mesmo, a emissora resolveu copiar o Mansão dos Canastrões do SimTV do Sírvio "Hahaê" Santos, e vamos colocar novos inquilinos no meio do programa! Aqui está o perfil deles:
- Ingrid: a tagarela. Essa morena queria de todas as maneiras entrar no programa, e para isso fez até um boq... digo, uma declaração desesperada ao diretor do programa, o Bodinho. Ela fala pelos cotovelos, e também pelas orelhas, pelos pés, pelo joelho... enfim, ela bateu todos os recordes de fala da história. Além disso, é viciada em TV, e fica boa parte do dia assistindo de tudo: novelas, séries, reality shows, programas de fofoca... falou em televisão, a expert é Ingrid!
- Edgar: o chato. Xará do otário que é apresentador da MTevê, não é muito diferente do seu homônimo - é impertinente, bobão, sem carisma, metido a espertalhão e tem roupas bregas. Pra piorar, o gosto musical é tosco: Ivette Semgalo, Évril Lavinje, Carlos Marrom Jr. e Eminente. Esse cara é tão insuportável que ele só está aí na casa porque a produção queria se livrar dele nos testes para a nova novela das oito, "Antártida".
A reação dos participantes foi de surpresa com indignação. Mas para a emissora seria excelente, pois iam ganhar mais dinheiro com publicidade e teriam mais semanas de audiência monstruosa.
Na quinta, era dia de prova de líder. Todos estavam ansiosos pela prova, até, pela terceira vez em 3 dias, aparecer na TV da casa o apresentador-mala, Pablo Miau:
- Boa noite, bando de australopitecus! Se não sabem o que isso significa, é melhor voltar pra escola após o programa acabar e estudar direito, cambada de burros! A propósito, a prova do líder hoje será especial, afinal, quem vencê-la, vai ter direito a falar 1 minuto no telefone celular da produção com a pessoa que quiser! A prova consistirá em um jogo de muita sorte e cagada; temos na cozinha 8 copos cheios de algum líquido. Apesar da coloração de todos ser semelhante, 7 copos estão com água sanitária e um tem chocolate Eggmaltino. Vocês não poderão adivinhar pelo cheiro, afinal, fizemos inúmeros processos de destilação, filtração, decantação e o escambau! Hahaha, quem será que vai escapar da água sanitária? Como a produção do programa é sádica, hohohoho! Podem começar pela ordem que quiserem.
Edgar foi o primeiro, mas já no primeiro gole ele começou a engasgar - bebeu o líquido errado, coitado. Em seguida, foi a vez de Raul. Ele tomou, sentiu um gosto estranho e disse:
- Só pode ser o chocolate... é que eu tô tão dopado... que o gosto de qualquer bebida é o mesmo, bicho...
Obviamente, não era, pois, de sacanagem, Giovani jogou o resto na cara de Edgar (vingança do comentário impertinente de que Giovani era meio estranho) e, com o rosto do novo inquilino começando a corroer, ficou claro que não era chocolate. O próprio Giovani foi o próximo, e tentando repetir a liderança que obtivera na semana anterior, bebeu o copo inteiro, mas pediu a pia para "liberar" o líquido nojento que tomara. Tainara foi a próxima, tomou meio copo, constatou que era água sanitária, cuspiu e saiu cinicamente calma da prova. Khaled surpreendeu a todos tomando apenas 10ml e dizendo que aquilo não era chocolate nem no Tibet. Já tínhamos cinco desclassificados. Agora, era a vez de Natália; coitadinha, também consumiu água sanitária... a penúltima a tentar seria Ingrid. Ela foi bebendo já prevendo que tinha chances iguais de sucesso e fracasso, e, inconsequente, tomou o copo inteiro. A sorte dela era que o líquido era o chocolate Eggmaltino! Isso significa que Ingrid, já no seu segundo dia de programa, era a líder da semana! O comentário dela sobre isso:
- Que bom, que bom, que bom, que boooooom! Aeeee, sou a líder! Hihihihi, vou curtir um super-hiper-ultra-mega-master quarto! Por alguns dias, ele vai ser só pra mim! Até que valeu a pena testar o microfone do Miau e parar aqui na casa...
No dia seguinte, Júlio pensou no quanto ele era sortudo e ao mesmo tempo azarado, afinal, não tomou água sanitária, pois era o último da fila, mas ao mesmo tempo, por muito pouco perdeu a liderança... ainda assim, o jovem nerd estrategista preparava suas próximas jogadas. Inicialmente, paparicou a líder por alguns minutos à tarde e conseguiu ficar fora da lista de cotados ao voto da Ingrid. Com os outros participantes, seria mais cauteloso, mas já sabia que três pessoas não votariam nele: Tainara, porque na mesma tarde, eles tiveram uma ótima conversa e Júlio, observando-a, finalmente percebeu que ela tinha uma queda por ele, e que não votaria numa pessoa que gostava; Natália, que desde quarta, recebera ajuda do CDF para compor mais uma canção promissora - "O Amor Pragmático e Outras Palavras Complicadas"; e Khaled, que sempre foi apoiado por Júlio nas suas crenças budistas (mesmo sendo Júlio um ateu declarado) e nunca sofreu nenhum preconceito, crítica ou deboche sobre sua religião, muito menos foi pertubado durante suas meditações.
Tainara, durante o papo com Júlio, esperta que é, viu no olhar do garoto que ele era um nato jogador. Portanto, mesmo se sentindo atraída por ele, deveria continuar fazendo confabulações. Mas ela já tinha a sua vítima - Edgar. Ele era odiado por todos, e portanto, a tarefa dela seria fácil, ela só precisava de escolher quem colocaria junto com ele no paredão para ratificar o ódio coletivo ao "chatolino" da casa. Por isso, teve a idéia de pedir à líder que votasse em... ah, vocês vão saber na hora da votação.
Enquanto isso, em um dos quartos normais, Giovani continuava assediando Natália, afinal, um bom motivo para ele ter se inscrito para o BBS foi a chance de ir pra cama com todas as garotas da casa, e Natália seria sua próxima vítima depois dos sucessos dele com Melissa e Tainara. Naquela noite, ele se passou por romântico (o que ele nunca foi e não é), declamando poemas de Camarões e Shakedesespeare e preparando um jantar à luz de velas. Natália não resistiu e se entregou ao galinha, que conseguiu o que queria - uma noite de muita sacanagem com a ninfeta simpática. Todos tentavam dormir, mas os gritos ensadecidos de Giovani e sua parceira de cama eram contínuos. Foi quando eles decidiram fazer uma festa - isso mesmo, até que enfim a produção do programa se lembrou que podia fazer festas para os participantes. O tema da primeira festa era gótico. A banda Night-wash apareceu e tocou vários dos seus grandes sucessos dark, como "Procurando Nimo". Todos os inquilinos dançaram pra valer com suas roupas estilosas e sombrias, e Raul, mesmo sendo punk, se divertiu à beça.
Mas alegria é que nem pilha amarelinha (não dura nada!), e sábado já tínhamos votação da líder. Ou não. Naquela noite, Pablo Miau disse que aquele seria o último voto num sábado do imune da semana, pois já a partir da quarta semana, tanto o(a) líder quanto os inquilinos restantes votariam no domingo, afinal, as festas ocorreriam nos sábados (a produção da emissora tarda e também falha, mas não falha pela segunda vez). Todos ficaram satisfeitos com a decisão. Ingrid deu o seu voto:
- Eu poderia votar no Edgar, mas todo mundo já vai votar nele, então, eu achei melhor votar em outra pessoa, depois do conselhos que recebi de um participantes. Por motivos que eu mesma não sei, meu voto vai para a Natália.
Arrá, quem a Tainara queria no paredão era a Natália! A romântica da casa ficou triste com a decisão da líder, mas sabia que Edgar perderia para qualquer um que o enfrentasse. Afinal, na festa, ele conseguiu ainda mais a antipatia de todos ao beber acima da conta e fazer piadinhas sem graça (o que é um absurdo, afinal cachaceiros são mestres na arte de fazer boas piadas!) e comentários ignoráveis. E Natália também tinha motivos pra votar nele, afinal, ele dormiu na cama dela e deixou tudo desorganizado, bagunçado, sem contar as xeretagens nas cifras dela.
Domingo eu quero veeeer, o domingo passaaaar... e finalmente, chegou o dia em que o paredão ficará pronto. De mais relevante nesse dia, tivemos a "produtiva" conversa sobre fofocas televisivas entre Ingrid e Tainara e a última palhaçada de Edgar antes de ser indicado: ele ousou tomar a última lata de leite condensado. Até o calmo Khaled já estava quase estourado com o mané. Seria votação recorde... Miau pediu os votos no confessionário. Veja em quem cada um votou:
Natália: voto no Edgar. Xereta, espaçoso e babaca. Falando nisso, tive uma idéia para uma música... "Paixão Demente"...
Raul: bicho, eu indico... o Ed... o Edgar... ele é chato... ele é careta... o Ed comeu o leite condensado... aí, com licença... tô com fome... sem leite condensado... droga, vou ter que comer arroz, feijão e carne de segunda... mas tô dopado, toda comida é boa pra mim...
Tainara: Edgar é o nome do inquilino que faz jus ao meu voto. O cara é muito inconveniente. Além disso, não fosse ele, eu já tinha feito outro grande paredão...
Edgar: O quê, é pra votar? Ah, pensei que aqui era pra confessar... confessionário, confessar... hahaha. Eu sou o mestre das piadas... ao som do Carlos Marrom Jr, eu não uso botina, mas que se dane... voto no Giovani, ele jogou água sanitária na minha cara.
Júlio: não há tempo para estratégias quando um participante ultrapassa todos os níveis de irritação que alguém pode ter. Óbvio que eu voto no Edgar, o cara é um mané sem precedentes.
Giovani: putz, aquela Natália é um filé-mignon... ops, era hora de dar o voto... escolho o Edgar, o cara consegue ser mais chato que o Clô-dô-viu e o Faustonho juntos.
Khaled: aummmm.... Edgar é o escolhido para ser eliminado da minha parte. Nem um sujeito calmo como eu tem paciência para pessoas como ele.
Com o voto de todos os Sims que estavam no programa, estava decidido o paredão - Natália x Edgar! Quem vai cair fora, a garotinha cheia de amor para dar (ninfomaníacos, sem pensamentos poluídos!) ou o cara que conseguiu bater o recorde de votos, levando 7 indicações? Não perca mais um emocionante capítulo do Big Brother Sims, na semana que vem!

terça-feira, janeiro 18, 2005

Big Brother Sims - parte 2

BIG BROTHER SIMS - capítulo 2

Se você tiver uma memória boa (ao contrário do Raul, tadinho dele...), deve se lembrar que, semana passada, o capítulo terminou com o anúncio do paredão - Raul vs. Mônica. Quem será que sobreviveu? Veja o resultado no decorrer da história...

A SEGUNDA SEMANA
Na segunda, à noite, após um dia até calmo, os inquilinos começaram a sentir a tensão pré-paredão. Giovani, o libido man, viu que Mônica era tão antipática que sairia logo. Então, ele decidiu se despedir dela de um jeito bem "íntimo". Giovani chegou no quarto da garota e disse:
- Mônica... eu sempre achei você muito legal. Os outros podem dizer o que for, mas eu, ainda assim, me atraio por você...
- Jura? Sério? Porra, tava esperando alguém me dizer isso... tomei um cafezinho. Então, você quer o quê? Aquilo que estou pensando?
- Bem, você sabe... quer brincar com o Giovani Jr?
- Na hora! Tô tão hiperativa que faço duas, três, quatro, cin...
Giovani calou Mônica, e foi "direto ao ponto", pois ele é frio e direto na hora do "vamo vê". Enquanto isso, Tainara armava pra cima dos outros. Conversando com Melissa, conseguiu convencê-la que era aliada e amiga. Melissa, burra como é, acreditou, para sorte de Tainara. Natália, naquela noite, decidiu experimentar novas sonoridades musicais, e pediu uma ajuda a Khaled, que com suas paradas de Buda, Yin Yang, Tibet e Dalai Lama, deu a ela inspiração para compor ao piano "Buda também Ama".
Agora, o paredão de terça. Mônica era tão tensa que, mesmo depois de ter uma noite de rala-e-rola com o Giovani, ainda assim continuava MUITO nervosa. Não só pelo paredão, mas porque ela era nervosa e insuportável mesmo. Raul, após secar uma erva, já estava mais calmo. Aliás, ficou tão relaxado que tirou uma soneca. Não fosse os gritos desesperados de Mônica após ver a cafeteira vazia, ele dormiria durante o programa... e Miau começou a falar:
- Boa noite, bando de vagabundos!
- Boa noite, Miau!
- Bem, aí vai o anúncio. Bem, como vocês sabem, os dois participantes são bem diferentes e esquisitos. A Mônica e suas crises de nervo, o Raul e seus baseados... ah, o resultado está aqui. Antes disso, quem quer ver a família dos dois?
- Eu quero, Miau! Tô com saudade daqueles idiotas
- Pô... eu... também... É pura.... psicodelia... chapa!
Apareceram na tela os familiares e amigos de Mônica. Sua amiga Raquel, vencedora do concurso "Lôra Burra" da cidade por 4 anos seguidos, estava lá. Seus pais, conhecidos por seu envolvimento com calote de cafés e refrigerantes de cola, também. Finalmente, pôde-se ver o namorado de Mônica, o Chanandlér, tão retardado que nem percebeu pelo VT que Mônica tinha dormido com Giovani. A família de Raul não devia em nada à de Mônica no quesito "esquisitice". O irmão dele, Cid Viciado, estava lá, à beira da morte, devido ao uso indiscriminado do "pó branco". Os pais de Raul, hippies e vestidos com roupas malucas e estilo Anos 70, também. Isso sem contar a prima dele, Jamie Gioplim, que parecia um mistureba de rockeira depressiva e punk.
- Bem, já viram o suficiente, seus loucos. Vamos ao anúncio do eliminado. Antes disso, vou contar uma piadinha inédita, super-engraçada e super-criativa, coisa que só gente bacana como eu poderia fazer, hehe... Um pintinho sem bunda foi peidar. Sabe o que aconteceu com ele? Explodiu! Hahahaha... pronto, agora, o resultado. Espera, lembrei de uma coisa. Pessoal que está assistindo o programa, não percam, amanhã, capítulo inédito das novelas sensação - "Algemas da Paixão", "Senhora Nordestino" e "Ginástica"! Imperdível. Sem mais delongas, o resultado. Calma, me lembrei de outra coisa, vou falar o número total de votos...
- Anuncia logo o resultado, porra!!! - disse Mônica.
- Tá bom, tá bom. Falando nisso, Fibí, digo, Mônica, você é a eliminada! E mais - 71% dos votos dos 3 milhões de sims que participaram! Maldito eleitorado dos drogados e punks, boa parte dos votos foram deles... Parabéns, sua nojenta! Volta pra sua casa, dá um canscudo no Chanandlér e diz pra Raquel que, se ela quiser mesmo brincar de gatinho comigo, que o apartamento do Edifício Simaníaco em que eu moro é o 240, ok?
- Grrr... nãooooooooo..... droga! Que merda! Desgraça! Vão se f****, seus filhos de p***! Quero que tudo vá pro inferno! Aaaargh! - retrucou Mônica.
Quando ela saiu da casa definitivamente, era comemoração geral. Todos tinham um motivo para comemorar a saída da estressada. Mas ob-la-di, ob-la-da, ou seja, a vida continua, e na quarta e na quinta, todos tinham um objetivo em mente com suas ações. Giovani queria, de todas as maneiras, ir para a cama com Natália. Seria complicado, mas ele já era experimente na arte de conquistar garotas românticas. Com sua conversa fiada, ele flertou diversas vezes com a jovem, que buscava um amor. Júlio, que buscava a vitória e novos cabos eleitorais, percebeu as intenções de Giovani, e avisou Natália, mas ela já estava manipulada pelo galã, e de nada adiantou o aviso do intelectual.
Tainara, cada vez mais, passava a perna em Melissa e Raul, a fim de botá-los mais ainda um contra o outro, afinal, ela não escondia a intenção de fazer um paredão entre ambos - afinal, ambos representavam dois dos maiores eleitorados de SimCity - as patricinhas e os maconheiros. Se um deles saísse, as chances de Tainara vencer seriam ainda maiores. Com Melissa, ela aplicou a tática "amiga falsa", e nos papos de patty, cativava cada vez mais a garota consumista. Na noite de quinta, já havia feito a lavagem cerebral, e botara Melissa como sua kamikaze, que fora programada para votar em Raul. Ao mesmo tempo, já começava a se enturmar com Raul, que mesmo totalmente dopado, ficava encantado com a beleza da garota e suas insinuações claramente dúbias. A curto prazo, teria o punk beijando os seus pés.
Aí, veio a quinta-feira e a prova do líder. Khaled já se despedia do quarto de líder, e o fez lendo livros de seu grande líder, Dalai Lama. De noite, Miau entrou no ar e disse:
- Boa noite, seus estrupícios! Vamos à prova do líder. Ela é uma prova relativa a esportes. Lá no quintal, temos um importante apresentador da emissora, o Faustonho e uma rede com traves. Explicando pros mais burros - quem fizer gol no Jô, digo, no Faustonho, leva a imunidade e a liderança!
E todos foram tentar fazer um gol. Natália tentou, mas a bola passou longe do gol. Melissa foi toda delicada chutar a bola, mas seu chute era tão fraquinho que nem chegou perto do apresentador do medíocre "Dorminhocão do Faustonho". Raul estava indo chutar, mas teve outro efeito colateral do haxixe, e perdeu a memória. Ele começou a se perguntar:
- Aí... companheiro... cadê a bola? E... quem sou eu... e onde... estou? Acho... que vou dormir...
Era a vez de Giovani. Nas horas vagas em que não estava namorando ou copulando, ele jogava bola, e era relativamente favorito. Esperto, aproveitou uma brechinha debaixo do tornozelo de Faustonho e fez o gol. Até que enfim! O maior galinha da casa era o novo imune!
Júlio tentou ser agradável com o líder, mas quando viu que ele não tinha criado antipatia com o cara, preferiu ficar na dele, afinal, ele não era, de longe, o mais rejeitado da casa, afinal, todos tinham alguém em quem votar que não fosse o intelectual sério da casa. Tainara já estava em fase avançada de manipulação de inquilinos, e, após mensagens subliminares sobre odiar fulano em conversas sobre música pop com Melissa (ambas gostavam de Lick Park e White Eyed Apples) e insinuações eróticas com Raul (incluindo longos beijos de língua - ela não tinha pudor nem vergonha), já tinha dois manés com os cérebros cheios de minhocas. E na 6ª feira, ocorreria o confronto. Raul implicou com as roupas de Melissa, que retrucou criticando o gosto musical dele. O que não aparentava ser mais do que um conflito de egos virou uma violenta briga verbal, com palavrões fortíssimos que, segundo a censura, não são propícios para serem citados aqui...
Quando o barraco já começava a ser físico, Tainara parou o conflito e disse para o punk e a patty, separadamente, que haveria outro jeito deles resolverem as desavenças - votando um no outro. Enquanto isso, Giovani estava mais ocupado conquistando Natália. Ela tentava resistir, mas estava a ponto de sucumbir aos flertes dele e ao charme, simpatia e boa aparência do rapaz. Khaled, tão desaparecido, estava mais ocupado meditando, coisa que ele conseguia fazer por horas a fio... há boatos de que ele demonstrava interesse por Tainara, e também estava se preparando para um kama sutra... será? Júlio, calado e observador, apenas ficava bolando suas próximas jogadas. Mas cautela era a palavra de ordem para o momento.
Veio o sábado, e pressionado por Melissa, sua primeira parceira na cama no programa, Giovani acabou votando em Raul, que teria seu segundo paredão em duas semanas. Pro domingo, já ficava clara a bipolarização na casa entre o psicodélico-punk e a materialista fútil. Raul era tão vingativo que colocou repolho e coxinha no meio do arroz-com-feijão de Melissa. Ela, tão distraída, nem percebeu, mas minutos depois as câmeras mostravam uma plaquinha de Ocupado no banheiro e os inquilinos sentiram um cheiro insuportável vindo do toalete...
E, finalmente, veio a hora do voto. Vejam as escolhas do pessoal:
Melissa: ai, tipo assim... tá complicado, entende? Já não bastava o cheiro, agora ficou difícil votar sem aquele punk drogado! Voto no Khaled, ele tem um gosto pra música bem ruim...
Khaled: aummmmmmm... Buda me indicou o escolhido... e ela atende pelo nome de Melissa... o motivo dito pelo meu grande senhor é a disfarçada implicância dela com meus hobbies... com licença, vou meditar mais um pouco.
Júlio: minha estratégia atual consiste em facilitar a definição dos emparedados no voto geral. Por isso, escolho a Melissa, que é uma candidata fortíssima, e precisa enfrentar o Raul.
Tainara: que calor tá aqui, Miau... ah, sim, o voto. Voto na Melissa. O motivo? É que eu não conheço muito bem ela, falta de comunicação, me entende?
Raul: anarquia... no Reino Unido! Chamada... de Londres! Nasci... há dez mil anos... atrás! Hã... é pra votar? Foi mal... tenho... amnésia... é... óbvio que... eu voto... na Melissa... que sono, cara...
Natália: é difícil votar, eu amo todo mundo aqui, mas escolho a Melissa. Afinal, ela não gosta de romantismo, e sim de capitalismo!
Votos computados, e Miau deu o resultado a eles:
- Boa noite, seus idiotas! Gostaria de informar que a Fiéti está patrocinando o programa, ao lado ... sobre o resultado, como ele já era previsível, eu vou enrolar menos. 5 dos 6 votos nela, então, vai a Melissa.
Tainara concluíra seus planos. Botara todo mundo contra os dois na casa, pelos mais diversos pretextos. Era duelo de titãs no paredão. Quem será que escapa? A musa dos shoppings, consumidora ensadecida e futilidade em pessoa, ou o cara que puxa um braum toda hora, sofre de narcolepsia e amnésia e curte Sux Pistols e The Clishê? Não percam o terceiro capítulo? Enquanto isso, façam como Khaled e fiquem relaxados, pois semana que vem tem mais de BB Sims, com muitas surpresas e reviravoltas!